Publicado em: 24 de agosto de 2022 Atualizado:: agosto 24, 2022
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cassou, na terça-feira (23), o mandato de deputado federal Neri Geller (PP-MT) e tornou o candidato a senador inelegível.
Ex-ministro da Agricultura na gestão Dilma Rousseff (PT), Geller é um dos apoiadores dentro do agronegócio da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a presidente.
O Ministério Público Eleitoral aponta indícios de “triangulação de contas bancárias”, intermediada pelo filho do então candidato, para captar doações de empresas para financiar a campanha do pai.
Em declaração à imprensa nesta quarta-feira (24), o ruralista negou irregularidades e disse que tem o filho como sócio em uma fazenda.
“Dinheiro entrou na minha conta e transferi para a conta dele, porque tinha custeio para pagar. Depois ele me devolveu. Não tenho uma vírgula para esconder”, afirmou Geller.
A defesa do congressista deve recorrer da decisão do TSE e tentar evitar a inelegibilidade. Os ministros aprovaram por sete votos a zero a cassação.
Geller é um dos principais líderes da bancada ruralista no Congresso e peça-chave da estratégia de aproximação de Lula com o agronegócio.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem relação estreita com ruralistas e aposta no apoio do setor durante a campanha.
“Ninguém vai imputar um crime só porque sou agricultor ou porque estou apoiando o presidente Lula. Isso só da força para o enfrentamento”, disse Geller nesta quarta.
“Tenho certeza que a verdade sempre prevalece. Se prevalecer, vou ganhar eleição, ser diplomado e exercer grande mandato a favor do país”, declarou ainda.
A candidatura de Geller já recebeu doação de R$ 2,7 milhões da direção nacional do Progressistas, partido que possui aliança nacional com Bolsonaro e abriga o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI).
Mateus Vargas/Folhapress