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Polícia Civil remete à Justiça caso do perito que alvejou adolescente em Teixeira de Freitas

Publicado em: 27 de fevereiro de 2014 Atualizado:: fevereiro 27, 2014

TEIXEIRA NOAR

O delegado Kleber Eduardo Gonçalves, designado para apurar o fato pelo coordenador Marcus Vinícius, da 8 Coordenadoria Regional da Polícia Civil de Teixeira de Freitas, concluiu e remeteu ao Ministério Público, nesta quarta-feira (26/02), o Inquérito Policial do caso do perito que atirou e acertou um adolescente numa ação de assalto e, remeteu à Justiça o Ato Infracional do menor. O fato aconteceu no domingo do dia 15 de dezembro de 2013, na Praça Ceará, no centro de Teixeira de Freitas, quando o perito técnico da Polícia Civil da Bahia, lotado no Departamento de Polícia Técnica de Teixeira de Freitas, Pablo Bomjardim Claro, 40 anos, foi surpreendido por dois indivíduos numa Moto e o elemento da garupa lhe apontou um revólver e lhe anunciou um assalto, mas o perito reagiu dando gritos de ordem e disparou um tiro que acertou o piloto da motocicleta, sendo que o elemento armado saiu correndo sobre os olhares das pessoas. Na época o jovem ferido se identificou como sobrinho de um radialista da cidade e o próprio perito prestou socorro à vítima e comunicou o fato aos seus familiares. Minutos antes da abordagem ao perito, a dupla teria tentado assaltar uma senhora com duas crianças na ladeira da Rua Aimorés, mas nada levaram porque a vítima nada tinha para dá-los. Seguindo para a Praça Ceará, houve a abordagem ao perito e terminou no desfecho reação. O menor baleado tem 17 anos de idade e é filho de uma família tradicional da cidade e nunca antes registrou qualquer ocorrência que desabonasse a sua conduta. O menor pilotava a Moto do seu pai, que teria apanhado escondido e segundo ele, ao estacionar a motocicleta para atender um telefonema da sua mãe que se encontrava em viagem ao Estado do Pernambuco, foi interceptado por um elemento que conhecia apenas de vista e por ouvir dizer, apelidado por “Gordo” que lhe forçou a carregá-lo na garupa para meter uns assaltos na cidade: “Você vai fazer uma fita ali comigo. Se não for, morre”, teria dito.   O menor confessa que resistiu e chegou a entregar a moto ao marginal, mas o elemento insistiu sobre ameaças que ele fosse pilotando. Daí foi obrigado a seguir para Praça dos Leões e depois seguir para ladeira da Rua Aimorés, onde abordou uma mulher com as duas crianças e o “Gordo” anunciou o assalto, não dando certo, subiram para a Praça Ceará, onde a tentativa foi em desfavor do perito que caminhava sobre a beira da Praça mexendo no celular e o “Gordo” mais uma vez anunciou o assalto, mas a vítima se identificou como polícia e reagiu, mas acabou lhe atingindo. Já alvejado, se identificou como sobrinho de um conhecido radialista e também como vítima do assaltante que fugiu, quando o perito lhe prestou socorro. O adolescente foi atingido por um projétil calibre 380 na região abdominal e conforme os médicos, ele ficará paraplégico e necessitará de tratamento especial para continuar vivendo. O delegado Kleber Gonçalves concluiu o Inquérito Policial em que o perito Pablo Bomjardim foi vítima e mantém as diligências em andamento objetivando prender o verdadeiro autor do crime da tentativa de roubo, sem conclusão ou sem possibilidade de saber se o adolescente também foi autor ou vítima do assaltante, como alega nos autos. Paralelo, o delegado remeteu à Justiça com vista ao Ministério Público, um Ato Infracional Criminal para que o MP aprecie a situação do menor e defina, se na tentativa de roubo ele é vítima ou também autor. Embora o Inquérito Policial é puramente inquisitório, e a discussão sobre a participação ou não do menor, da culpa, da necessidade do tiro e da lesão grave que sofreu o menor, se discute na fase da justiça. O Teixeira News procurou o perito Pablo Bomjardim, na tarde desta quarta-feira (26),  para que ele falasse sobre o assunto. Conforme o perito, na noite do fato, tão logo guardou o seu carro na garagem da sua tia, se dirigiu à sua residência andando, quando escutou uma moto parando nas suas proximidades e alguém gritando: “Perdeu, perdeu, perdeu playboy”, tendo de imediato reagido. E ao perceber que um elemento de arma em punho havia se refugiado com a sua reação e o outro dava sinais de rendição, logo percebeu que não haveria mais a necessidade de disparar nenhum outro tiro, porque a situação já estava controlada. “Só lamento pela ocorrência em que fui sorteado pela vida a participar, e por minha reação ter deixado este jovem acamado, embora tenha lhe salvado a vida ao socorrê-lo imediatamente. E lamento pela sua família que é composta somente de gente trabalhadora e peço profundamente desculpas para sua mãe, dona Eliete Alves, mulher que luta dia e noite para ganhar a vida como comerciante e não merece está sofrendo com esta situação. Embora reconheço que reagir como qualquer outra pessoa reagiria, no estrito dever de proteção da própria vida, mas lamento o desfecho e peço mil perdões aos familiares, especialmente aos pais deste adolescente, principalmente por eu não ter tido a cautela suficiente de responder as indagações de um sábio repórter de uma emissora de rádio local, que no calor da eclosão dos fatos, me faltou sabedoria para lidar com a circunstância e devidamente destinar todo meu respeito a família deste jovem, que tão merecedora é de conceito e consideração, especialmente neste momento triste em que as imprecisões ficam assombrando vossas cabeças, pelos fatos e pelas dúvidas”, lamentou o perito Pablo Bomjardim. (Por Athylla Borborema)

 


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