Publicado em: 14 de junho de 2021 Atualizado:: junho 14, 2021
Quatro meses após o reinício de medidas mais duras para conter o coronavírus, os gestores públicos baianos ainda não conseguem encontrar o meio termo ideal para lidar com a crise. Tanto que, nos bastidores, há o entendimento geral que a população não consegue lidar com restrições por muito mais tempo. A dificuldade é evitar o colapso da saúde ao mesmo tempo em que interrompe a desaceleração econômica. E não é uma conta simplista, como defende desde o início da pandemia o presidente Jair Bolsonaro.
A capital baiana enfrenta a dificuldade de financiar por mais tempo a infraestrutura de saúde sem os repasses integrais da União, como aconteceu no passado. O erro – na minha avaliação intencional – do governo Bolsonaro em não prever a continuação da pandemia no orçamento federal pode zerar os cofres de municípios organizados fiscal e contabilmente, como é o caso de Salvador. Tal motivação explica a bandeira branca com o ministro da Cidadania, João Roma, e a pose para vídeo e foto com o presidente da República. A oposição pode aproveitar para criticar, mas Bruno Reis fez o que se espera de um gestor – ainda mais um com a cuia na mão.
Do lado do governo da Bahia, Rui Costa segue o costume de não dividir as decisões – mesmo que a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, insista em antecipar a divulgação de qualquer endurecimento na Região Metropolitana. Com dimensões similares às de um país, a Bahia enfrenta múltiplas fases da pandemia com especificidades de cada território. Por isso, a adoção de restrições por áreas talvez tenha sido uma das mais acertadas até aqui. Passado tanto tempo do início da pandemia, o carro pegou no tranco.
Enquanto não houver vacinas para massificar a imunização, os ajustes para restringir e reabrir as atividades econômicas devem acontecer com frequência. Infelizmente, não estamos tão perto de voltar à normalidade – talvez nunca voltemos, inclusive. Porém é preciso dar espaço para reconhecer o esforço de figuras como Bruno Reis e Rui Costa, que seguem na tentativa de lidar melhor com a crise do que o equivalente federal.
Por: Bahianoticias