Um homem, portador de esquizofrenia e registrado como Colecionador, Atirador e Caçador (CAC), provocou uma tragédia em Novo Hamburgo (RS), deixando três mortos e nove feridos. O atirador, identificado como Edson Fernando Crippa de 45 anos, tinha registro para porte de armas e foi encontrado morto após um tiroteio com a polícia. O crime aconteceu na noite de terça-feira, 22, quando o pai do atirador denunciou agressões cometidas pelo filho, conforme informou a Polícia Civil e a Brigada Militar do Rio Grande do Sul.
Segundo autoridades, o incidente começou quando o pai do atirador, Eugênio Crippa, de 74 anos, ligou para o 190, relatando que ele e sua esposa estavam sendo agredidos pelo filho, que sofria de esquizofrenia. Quando a polícia chegou, o homem começou a atirar, atingindo várias pessoas no local, incluindo o seu próprio pai, que morreu na hora, e o soldado da Brigada Militar Everton Kirsch Júnior, de 31 anos. Everton, que havia se tornado pai há 45 dias, foi morto com um tiro na cabeça.
Durante o confronto, mais agentes da Polícia e da Guarda Municipal foram baleados. A equipe do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e do Choque usou drones e escudos balísticos para resgatar os feridos e tentar uma negociação, que não teve sucesso. Após horas de operação, a polícia confirmou que o atirador foi encontrado morto dentro da casa, atingido por um tiro durante uma troca de tiros.
Além de Eugênio Crippa e do soldado Everton Kirsch Júnior, o irmão do Atirador, que também estava em casa, morreu depois de ser hospitalizado. A esposa dele segue em estado grave no hospital. No total, nove pessoas ficaram feridas, entre elas a mãe do atirador, Cleris Crippa, de 70 anos, que foi baleada três vezes. Outros feridos incluem quatro policiais militares, alguns em estado grave e outros liberados após atendimento médico.
Dentro da residência, a polícia apreendeu duas pistolas calibres 9mm e 380mm, duas espingardas, centenas de munições não deflagradas e carregadores. Também foram encontradas centenas de cápsulas de balas disparadas. Segundo o delegado Fernando Sodré, a precisão dos disparos, inclusive contra drones da polícia, declarou que o atirador tinha grande conhecimento de armas.
A polícia agora investiga como o homem conseguiu o registro do CAC, uma vez que ele sofria de esquizofrenia e tinha um histórico de pelo menos quatro internações psiquiátricas. Para obter o porte de arma, é necessário passar por um teste psicotécnico que atesta a exigência mental do candidato. O delegado Sodré destacou a gravidade do fato: “No momento em que se dá acesso a uma arma de fogo e farta munição a uma pessoa com esquizofrenia, uma tragédia vai ocorrer.”
A polícia continua a investigar o caso, enquanto as famílias das vítimas enfrentam o luto causado por mais um trágico episódio de violência armada no Brasil.
Veja as vítimas feridas:
Cleris Crippa, 70 anos, mãe do atirador – estado grave após ser baleada três vezes
Priscilla Martins, 41 anos, cunhada – estado grave após ser baleada uma vez
Rodrigo Weber Voltz, 31 anos, PM – em cirurgia após ser baleado três vezes
João Paulo Farias Oliveira, 26 anos, PM – em cirurgia após ser baleado uma vez
Joseane Muller, 38 anos, PM – estado estável após ser baleado uma vez
Eduardo de Brida Geiger, 32 anos, PM – liberado do hospital após ser baleado de raspão
Leonardo Valadão Alves, 26 anos, PM – liberado do hospital após ser baleado de raspão
Felipe Costa Santos Rocha, PM – liberado após ser baleado de raspão
Volmir de Souza – aguarda cirurgia após ser baleado uma vez
Fonte: Bahiaextremosul