Em entrevista à Rádio Metrópole, nesta quarta-feira (26), o governador Jerônimo Rodrigues (PT) prometeu começar a nomear os cargos do Estado no interior na próxima semana. Entretanto, os deputados estaduais, responsáveis pelas indicações ao lado dos partidos da base, seguem “a ver navios” sobre os critérios de ocupação desses espaços.

“Fizemos agenda política para criar um ambiente com a Alba (Assembleia Legislativa). Vamos sentar amanhã para traçar um plano. Vamos indicar na próxima semana os cargos. Prometi que assim que chegasse da China faria isso. Estamos numa onda de muitas entregas deixadas por Rui Costa (PT) e preciso que prefeituras e deputados nos ajudem a construir”, declarou Jerônimo.

O governador havia prometido agendar um café da manhã com a bancada estadual para tratar dos cargos assim que retornasse da China, como revelou o líder do Executivo na Assembleia, Rosemberg Pinto (PT), mas isso ainda não aconteceu, deixando os deputados apreensivos. O Política Livre já revelou que existem insatisfações pontuais na base por conta da postura de Jerônimo de não sentar para “fechar” o governo, principalmente em partidos como o PSD, o PV e os aliados novos, a exemplo do PL, PP e Solidariedade.

Além da pressão dos produtores rurais e das posições ideológicas de cada um, essa insatisfação ajudou a permitir que o requerimento de instalação da CPI do MST, proposto pelo oposicionista Leandro de Jesus (PL) e que não interessa ao Executivo estadual, contasse com o apoio de dez parlamentares governistas na Assembleia desses partidos.

No período da disputa pela vaga no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Jerônimo chegou a dizer a alguns parlamentares que o critério adotado para o preenchimento dos cargos de confiança do Estado no interior seria o mesmo utilizado pelo antecessor, o atual ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Esse critério leva em conta a votação dos deputados estaduais eleitos, no caso dos espaços nos municípios, privilegiando os aliados de primeira hora – aqueles que aderiram à base depois das eleições, de partidos como PP, PL e Solidariedade, só teriam direito a indicações se tivessem prefeitos que apoiaram Jerônimo. Já os cargos regionais – aqueles que levam em conta estruturas que abrangem mais de um município – levam em conta a votação proporcional dos partidos da base.

Em conversa com este Política Livre antes da viagem à China, Jerônimo também admitiu que o critério de preenchimento dos espaços no interior prioriza os aliados de primeira hora. Ele ponderou, no entanto, que haverá uma cota pessoal para contemplar os adesistas.

Política Livre

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