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Enquanto Bruno e Jerônimo brilham, Geraldo Jr. perde chance da vida no Carnaval, por Raul Monteiro*

Publicado em: 15 de fevereiro de 2024 Atualizado:: fevereiro 15, 2024

A conduta desanimou aliados e empolgou os adversários. Não há, entre os que assistiram às transmissões do Carnaval ou o acompanharam profissionalmente de perto, nas ruas, em trios ou camarotes, quem não tenha concluído que o vice-governador da Bahia, Geraldo Jr. (MDB), deixou escorrer pelos dedos a chance de aparecer e se firmar durante a realização da festa, usando o peso institucional do cargo, ainda que não oficial, de “coordenador” do evento, atribuído a ele pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) exatamente com o objetivo de permitir que criasse as condições para se projetar.

De fato, se houve uma oportunidade para um candidato a prefeito se destacar neste momento de pré-campanha, com a força do governo do Estado por trás, ela foi levada junto com a quarta-feira de cinzas. Não volta mais. E não há como colocar qualquer responsabilidade sobre os ombros do governador, cuja generosidade em buscar facilitar a realização do sonho político do vice pode ser encarada como um sopro de “fortuna”, integralmente desperdiçado por quem não teve a mínima competência para aproveitá-lo. A bem da verdade, seria muito difícil superar o protagonismo do prefeito Bruno Reis (União Brasil) no Carnaval.

Ainda mais porque ele não saiu para o circuito apenas como seu comandante natural, que tinha nas mãos o controle da maior festa popular do planeta, mas como um gestor determinado a usufruir integralmente do sucesso de sua promoção, comprovadamente, segundo todos os indicadores, impecável. Do ponto de vista político, só encontrou competidor mesmo em Jerônimo, que, para quem viveu seu primeiro carnaval como governador, deu um show à parte, tanto aproveitando as oportunidades naturais para mostrar que estava presente e ativo quanto criando condições novas que lhe permitiram dividir as atenções com o prefeito.

O recurso às coletivas para falar sobre os serviços que o Estado disponibilizou a foliões e trabalhadores, em auxílio a uma Prefeitura cujo trabalho buscou cobrir todos os aspectos da festa, foi apenas um deles. Em plena folia, Jerônimo ainda abriu o Palácio de Ondina para receber aliados e adversários e conseguiu dar uma esticada ao interior para avaliar estragos da chuva e ver como a festa se desenrolava por lá. Mas a hora propícia para que o Geraldo Jr. mostrasse a que veio não se efetivou. Pelo contrário, segundo relato da coluna Raio Laser, da Tribuna, na vez em que apertaram o “coordenador” a falar com mais detalhes sobre a folia ele se enrolou todo.

Foi o próprio Jerônimo que, vendo o desespero da repórter com o lero-lero do vice, resolveu intervir e dar rumo à conversa, esclarecendo o que se passava. É por este motivo que, para muitos do lado de Bruno, a propalada capacidade de comunicação do seu principal concorrente à Prefeitura não sugere preocupação, ao passo que para aqueles que, no campo do governo, acreditavam exatamente no pretenso recurso natural do vice para enfrentar o prefeito se decepcionaram. Não há de fato como exigir muito de um político que, como dizem aqueles que o conhecem, não consegue ler duas páginas de um relatório para se inteirar sobre qualquer assunto.

Por: Raul Monteiro*


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