Publicado em: 18 de junho de 2023 Atualizado:: junho 18, 2023
A relação de desconfiança do Palácio do Planalto com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem precipitado uma intensa movimentação nos bastidores pela sucessão do comando da Casa Legislativa. Com a impossibilidade do deputado alagoano de concorrer a um novo mandato, dois nomes já despontam como favoritos ao cargo a pouco mais de um ano e meio da eleição: o do deputado baiano Elmar Nascimento, líder do União Brasil, e de Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos. Ao mesmo tempo, parlamentares de partidos da base tentam conquistar o apoio do governo para entrar na disputa, o que impacta na dificuldade do Executivo em formar uma tropa sólida no Parlamento.
Um dos interessados em receber o selo de candidato de Lula na corrida à presidência da Câmara é o atual líder do PSD, o também baiano Antonio Brito (BA). Na terça-feira passada, a bancada do partido se reuniu com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que ouviu apelos para que o governo se empenhe em eleger Brito em 2025. A campanha é endossada pelo presidente da legenda, Gilberto Kassab, conhecido por transitar bem entre as diferentes forças políticas do país.
“Fico contente com esse reconhecimento e tenho a compreensão que a eleição acontecerá no momento certo”, afirmou Brito ao O Globo, admitindo a candidatura.
O deputado do PSD cita, além de Marcos Pereira, o deputado Isnaldo Bulhões (AL), líder do MDB, como um concorrente interno dentro do seu bloco partidário. O emedebista, aliado do senador Renan Calheiros (MDB-AL), desconversa sobre a intenção de concorrer, e diz que o assunto ainda “não está na ordem do dia”. Apesar da distância da eleição da Mesa Diretora da Casa, a eventual promessa de apoio do Planalto é vista como um trunfo para garantir a fidelidade dos partidos que o pleiteiam.
Enquanto isso, defensores da candidatura do PSD não escondem que estão em campanha e afirmam que, diferentemente de Elmar e Pereira, Brito teria uma melhor interlocução com o governo. Argumentam ainda que ele poderia ser um nome mais confiável que os demais, por já fazer parte da base aliada.
Procurado para comentar a disputa, Elmar não quis se manifestar. Em maio, em entrevista ao O Globo, disse considerar desrespeito com Lira discutir sua sucessão poucos meses após ele ter sido reeleito. Afirmou ainda que quem lançar uma candidatura agora correria o risco de ser “queimado”.
Com informações do O Globo