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Ao assumir controle dos nanicos, Bruno Reis quer evitar erros que cometeu com Solidariedade e Podemos

Publicado em: 6 de fevereiro de 2024 Atualizado:: fevereiro 6, 2024

Em dezembro de 2023, numa confraternização com aliados no Centro de Convenções de Salvador, o prefeito Bruno Reis (União) disse aos vereadores da base que não iria cometer, em 2024, os mesmos erros de eleições anteriores na relação com partidos pequenos. Por isso, frisou, fazia questão de colocar pessoas da inteira confiança no comando dos chamados nanicos que ingressarem na base, como foi o caso, na semana passada, do PRD e do DC.

Em 2020, Bruno Reis teve um papel importante para que o Patriota (que se fundiu ao PTB para formar o atual PRD) elegesse três edis na capital: Daniel Rios (com o falecimento, assumiu a cadeira o suplente Átila do Congo), Roberta Caíres e Sandro Bahiense. Os três entraram na legenda com o aval ou a articulação do prefeito – houve, inclusive, resistência do então presidente do Patriota no Estado, Alexandre Marques, à filiação de Roberta Caíres.

Em 2022, Alexandre Marques, atual secretário de Meio Ambiente de Lauro de Freitas, levou a legenda para a base do governo estadual. Por meio de um movimento envolvendo o prefeito, o deputado federal Elmar Nascimento (União) e o comando do nacional do PRD, Marques foi retirado da presidência do partido na Bahia e substituído por Francisco Elde, assessor especial da vice-prefeita Ana Paula Matos e nome da confiança do chefe do Executivo municipal, como revelou com exclusividade o site.

Com isso, o PRD deixou a base de Jerônimo e do vice-governador Geraldo Júnior, pré-candidato do MDB ao Palácio Thomé de Souza, para apoiar a reeleição de Bruno Reis. E mais, o partido, que tem dois vereadores – além de Átila, que está migrando para o PMB, há ainda José Antônio, remanescente do PTB – vai abrigar edis de mandato, entre eles Isnard Araújo (PL), cotado para assumir o comando municipal da sigla. Os movimentos têm a articulação do prefeito.

No DC, Bruno Reis trabalhou nos bastidores para que assumisse a presidência estadual da legenda o secretário particular, Igor Dominguez. Assim, mantém o controle direto da sigla para reduzir as chances de traição, como aconteceu também, avaliam os aliados do chefe do Executivo municipal, com o Solidariedade e o Podemos, partidos que cresceram nas eleições de 2020 e 2022 ajudados pelo prefeito, e pelo antecessor ACM Neto (União), mas que hoje estão na base de Jerônimo.

O Podemos (que incorporou o PSC) tem hoje três vereadores, todos da base do prefeito: Sidninho, Toinho Carolino e Ricardo Almeida. O Solidariedade tem um, também da base do Executivo municipal: Fabio Souza. Os quatro procuram novos endereços partidários e aguardam definições de Bruno Reis nesse sentido. Além disso, em 2022 as duas legendas tiveram ajuda de ACM Neto e de Bruno Reis para elegerem deputados. O presidente do Solidariedade na Bahia, o atual deputado estadual Luciano Araújo, por exemplo, só se elegeu porque Neto costurou o apoio do prefeito de Conceição do Coité, Marcelo Araújo (União).

Outro erro que Bruno Reis não quer cometer novamente, de acordo com vereadores ouvidos pelo site, é o de ter muitos partidos na base. Em 2020, o prefeito foi eleito com o apoio de 15 siglas. Para 2024, ele trabalha na construção de uma aliança que envolva até oito agremiações, também visando reduzir as possibilidades de traições futuras e para minimizar os loteamentos de cargos no município. Vale lembrar que o pleito de 2024, com as federações e fusões, terá naturalmente um número menor de legendas disponíveis.

“Com o PL e o PP, que devem formalizar os apoios à reeleição em breve, Bruno já alcançou esse número, somando o União Brasil, o PSDB/Cidadania, o Republicanos, o PDT, o PRD e o DC. O prefeito acredita que, com oito partidos, dá para arrumar os 32 vereadores da base para a disputa eleitoral. Não acredito que ele tenha interesse mais em negociar com siglas como o Agir e o PMB, por exemplo”, avaliou um vereador da base do prefeito a este Política Livre.

De acordo com a mesma fonte, os acordos costurados por Bruno Reis com os nanicos envolvem a participação pontual em espaços terceirizados e no terceiro escalão da Prefeitura, tanto agora quanto no futuro, para que os candidatos derrotados nas urnas e com potencial não fiquem “desassistidos”. Espaços desse tipo foram retirados entre 2022 e 2023 do Podemos e do Solidariedade após ambos mudarem de lado.

Fonte: Política Livre


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