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O homicida Joel Mota é condenado por mais um assassinato

Publicado em: 12 de dezembro de 2013 Atualizado:: dezembro 12, 2013

JULGAMENTO 2

Em ambos os homicídios, ocorridos nas imediações do Mercado Municipal, numa região conhecida por Matinha, o condenado decepou membros das vítimas com uma facoa.

Joel Mota Júnior, 31 anos, mais conhecido por Junão, voltou a ser julgado, nesta quarta-feira (11), pelo Tribunal de Júri de Medeiros Neto. Ele foi condenado a 12 anos e seis meses de cadeia pela morte do pedreiro Manoel da Silva Pereira, o Galego, 31. O crime ocorreu no dia 12 de maio de 2012.

No primeiro julgamento, no dia 23 de outubro, coincidentemente também realizado numa quarta-feira, Joel Mota foi condenado a 20 anos pela morte de sua mulher Marinei Cruz Silva, 46. O crime aconteceu no dia 21 de novembro de 2012.

JULGAMENRTO 1

Em ambos os homicídios, ocorridos nas imediações do Mercado Municipal, numa região conhecida por Matinha, o condenado decepou membros das vítimas com uma facoa, instrumento utilizado no corte de cana.

O julgamento foi presidido pela juíza de Direito Andréia Gomes Fernandes Beraldi. O representante do Ministério Público foi o promotor José Dutra e o advogado de defesa foi Henrique Marques Cardoso, que foi auxiliado pelo estagiário Reginaldo Leal.

Leia abaixo sobre julgamento anterior e a história do “menino-peteca”:

“Menino-peteca” foi condenado a 20 anos de cadeia
Matéria publicada em 23/10/2013
Joel Mota Júnior, 31 anos, foi condenado nesta quarta-feira (23) a 20 anos de cadeia pela morte de sua mulher Marinei Cruz Silva, 46. O crime aconteceu no dia 21 de novembro de 2012, em Medeiros Neto, nas imediações do Mercado Municipal, numa região conhecida por Matinha. O próximo julgamento dele, pelo homicídio de Manoel da Silva Pereira, o Galego, 31, será em dezembro.

O julgamento foi presidido pela juíza de Direito Andréia Gomes Fernandes Beraldi que, em apenas dois meses, realizou quatro júris populares. O representante do Ministério Público foi o promotor José Dutra e o advogado de defesa foi Henrique Marques Cardoso, que foi auxiliado pelo estagiário Reginaldo Leal.

O “menino-peteca”

Antes de atravessar a porta do Tribunal do Júri para colher os frutos de sua ação, Joel Mota Júnior aproveitou a presença do Radar58 e, em menos de um minuto falou sobre a infância e explicou como foi impulsionado para hoje estar sendo julgado por um dos dois crimes de homicídio que cometeu.

Consciente dos atos e da vida o réu demonstrou conhecer os desígnios do bem e do mal e, parece entender que sua escolha teve participação direta dos grilhões que afetam a sociedade com a péssima divisão de renda desse país.

Ainda que cônscio de suas atitudes, ele não isentou o descaso social como sendo um dos culpados pela morte de suas vítimas e pelas algemas que o prendia.

Joel foi criado pela avó e, segundo ele, quando ela morreu ele virou “o menino-peteca”, que vivia jogado do pai para o tio, do tio para o avô e deste para as mãos do mundo.

Aos 10 anos começou a trabalhar no corte de cana com um dos tios na região de Salvador. Foi também com essa idade que passou a fazer uso de maconha para, de acordo com ele, ter mais disposição para o trabalho. A afirmação dele contraria pesquisas científicas, que assegura ser a maconha uma droga maléfica e que não daria disposição nem discernimento a ninguém para trabalhar.

Natural de Salvador, Joel Mota Júnior disse que aos 16 anos já trabalhava para se manter. Nessa época ele afirma que já estava vivendo matrimonialmente com uma mulher de 28, relacionamento que durou cinco anos. Depois disso teve outras quatro mulheres.

Aproveitando aquele breve momento com a reportagem do Radar58 ele negou que tivesse procurado comprar facoa no comércio da cidade de Medeiros Neto, até porque, segundo ele, “se quisesse encontraria uma facoa em qualquer lugar”.

E lá foi, conduzido pelos militares ao interior do fórum, o filho da pátria e dos próprios desmandos que, consciente do caminho que seguia e sem ter condições sociais para decifrar as cavernas do seu abalado mundo psicológico, usou os piores artifícios para a sua lei da sobrevivência num país onde só teve a oportunidade de ser “o menino-peteca”.

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Por: Edelvânio Pinheiro


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