Publicado em: 5 de outubro de 2022 Atualizado:: outubro 5, 2022
Lançada de sopetão candidata à Prefeitura de Salvador em 2020 como uma escolha pessoal do governador Rui Costa (PT), Major Denice Santiago amargou uma derrota humilhante nas urnas no último domingo.
Ela obteve 33.980 votos para deputada federal. Mas a culpa não foi da candidata e sim reflexo direto do abandono por parte de quem a tirou dos meios militares para jogá-la no centro da disputa política no Estado há dois anos.
Na época, sua candidatura foi recebida com desconfiança no PT, que tinha, entre seus quadros, várias mulheres com o mesmo perfil para disputar com o então candidato Bruno Reis (União Brasil), todas elas com experiência política.
Sem apoio ou qualquer posição de destaque na estratégia do partido para a disputa, apesar de lhe ter salvado na sucessão passada, Denice contou basicamente com o recall do eleitorado de sua participação nas eleições municipais.
Preterida por Rui à época dentro do partido, a socióloga Vilma Reis chegou agora à terceira suplência à Câmara, com mais do que o dobro dos votos de Denice, apesar de não ter tido a projeção que ela obteve na campanha de 2020.
Além disso, também foi vítima da total falta de interesse da própria legenda e do governador. Por este motivo, Vilma está sendo considerada uma estrela em ascensão no PT, devendo se constituir num nome fortíssimo para disputar uma vaga na Câmara de Vereadores em 2024.
“Ela foi uma guerreira, trabalhou praticamente sozinha”, contou a este Política Livre sobre Denice um quadro do PT impressionado com a capacidade de luta da candidata e, ao mesmo tempo, sua resignação.
Segundo a mesma fonte, a Major, apesar de ter enfrentado toda a sorte de dificuldade, nunca abriu a boca para se queixar do governador durante a campanha. Ela ficou na sexta suplência do PT para a Câmara dos Deputados.
“Hoje, temos clareza de que o governador usou uma mulher negra e periférica para tapar um buraco na articulação partidária em 2020, só isso. Isso ficará em sua biograria”, lamentou a mesma fonte.
Política Livre
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