Publicado em: 12 de julho de 2013 Atualizado:: julho 12, 2013
O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) negou, nesta quinta-feira (11), o pedido de anulação da realização de um júri popular feito por dois suspeitos de matarem os professores da rede pública de ensino Elisnei Pereira e Álvaro Henrique em setembro 2009.
Eles foram assassinados em emboscada em frente ao sítio da mãe de Álvaro Henrique, na zona rural da cidade de Porto Seguro, no extremo sul baiano. O julgamento foi feito pela Segunda Câmara Criminal do TJ-BA.
O ex-secretário de Governo e Comunicação do município, Edésio Ferreira Lima Dantas, é um dos dois acusados de participação no crime e aguarda julgamento, por homicídio qualificado, em liberdade. Ele chegou a ficar preso por oito meses. Seguranças também são suspeitos de participação no crime.
As duas vítimas eram integrantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB). Na época da morte, elas estavam em negociação salarial no município.
De acordo com informações do TJ-BA, no voto do relator, o desembargador Jefferson Alves de Assis, a sentença de pronúncia é condizente com a denúncia e as provas de autos. “A decisão do juiz de primeiro grau fica mantida, até que após o tribunal do juri, a sentença e a pena sejam anunciadas pelo juiz”, informou.
Durante os protestos dos trabalhadores, em Porto Seguro, nesta sexta-feira, os professores comemoraram a decisão da Justiça baiana de manter o júri popular. No ato, eles pediram que os acusados sejam julgados logo.
Em janeiro de 2012, o mesmo secretário passou a ser alvo de uma investigação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) por desvio de verbas. O MP-BA descobriu que ele movimentou mais de R$ 2 milhões entre fevereiro e maio de 2010, três meses depois de ser libertado da prisão.
Os dados são no relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), órgão de inteligência do Ministério da Fazenda. No período em que Edésio trabalhou como secretário de Porto Seguro, ele recebia um salário de R$ 6 mil por mês.
O suspeito ficou no cargo por 14 meses e o máximo que poderia ter em conta, sem gastar nada, são R$ 95 mil descontando as férias e o 13º salário. O relatório do Conselho foi anexado ao processo e cita Edésio como mandante da morte dos dois professores em 2009.
Por: TeixeiraNews
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