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Priscila foi torturada antes da morte; laudo aponta fraturas no corpo da enfermeira

Publicado em: 23 de março de 2021 Atualizado:: março 23, 2021

Polícia Civil divulgou, nesta segunda-feira, 22 de março, novas informações a respeito da morte da enfermeira Priscila Cardoso da Silva, de 35 anos, em Minas Gerais. O corpo dela foi encontrado no sábado, 20, próximo à entrada do município de Ipaba, MG, em uma plantação de eucalipto.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Alexandro Caetano, a mulher foi torturada antes de ser assassinada. De acordo com ele, o laudo do Instituto Médico Legal apontou que ela estava com o fêmur, dedos, braço e dente fraturados.

“Tive acesso ao laudo do IML ontem [domingo], e tem indícios nesse laudo trazendo possíveis sevícias, torturas. Ela teve o fêmur fraturado, o braço e dedos da mão, e também um dos dentes frontais da arcada superior, sugerindo que ele tenha agredido ela em algum momento desse rapto”, explicou.

O delegado disse ainda que irá investigar se a vítima sofreu agressão sexual. Segundo ele, a vítima foi encontrada com a calça aberta, mas que isso pode ter sido causado pelo inchaço do corpo depois da morte.

“Não tem nada provado, nenhum indício, que indique violência sexual. Nós estamos empreendendo diligências nesse sentido, para verificar isso e constatar se isso efetivamente ocorreu”, disse.

Depoimento ‘sem nexo’

Após a prisão, o autor disse em depoimento que havia tido um relacionamento de três meses com a enfermeira, e que ela decidiu terminar após descobrir que já havia sido preso. Ele contou ainda que a levou para o local onde foi encontrada morta para conversar.

Durante a coletiva, o delegado ainda esclareceu que vai investigar a motivação, pois, segundo ele, a declaração de que o autor teve um relacionamento com a vítima é “sem nexo”, já que ele não soube passar alguns dados da vítima.

“Ele sequer soube informar o nome completo da vítima, ele não soube informar sobre idade da vítima, ele não soube informar sobre sinais particulares da vítima como tatuagem — ela possuía tatuagem, inclusive, visível. Ele não soube informar amigos em comum, contatos em comum e também não conseguiu informar o telefone da vítima”, declarou.

O delegado acredita que ele não conhecia a mulher intimamente como havia dito, mas, sim, por meio de vigilância, além de ter planejado todo o crime anteriormente.

“Ele sabia toda a circunstância habitual da vítima, a hora que ela saía do serviço, inclusive, ele a abordou no instante em que ela saía do posto médico. Ele veio a pé do Centro de Ipatinga, cerca de 3 ou 4 km, a gente tem isso registrado em vídeos, para chegar 10 ou 5 minutos antes que a vítima sairia do posto médico”, contou.

Segundo o delegado, a polícia vai pedir, nos próximos dias, quebra de sigilo do celular do autor para ter acesso ao conteúdo armazenado.

Quanto ao mecânico preso em Teixeira de Freitas, na Bahia, na noite de terça-feira (16), onde o carro dela foi encontrado, o delegado explicou que irá tentar fazer com que ele responda pelo crime de latrocínio.

“A gente está verificando a possibilidade de ele responder por esse delito de latrocínio, tentando levantar indícios de que esse veículo tenha sido encomendado, e tudo leva a crer a isso, sobretudo, a questão das placas que o receptador já tinha em casa, referente a marca, modelo e cor de um outro veículo, com essas características do veículo da vítima”, explicou.

Atendimento na UPA

Após ser encaminhado ao Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Ipatinga, o homem precisou ser atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município.

Em um vídeo que circulou nas redes sociais, Reginaldo Ferreira de Souza, de 49 anos, aparece com o rosto coberto por faixas após o atendimento médico, que foi confirmado pela Prefeitura de Ipatinga, responsável pela unidade.

Procurada pelo G1, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que o preso foi agredido por outros internos da unidade que realizam a raspagem do cabelo dos custodiados, ao passar pelo setor de triagem e higienização.

Ainda segundo a Sejusp, o homem recebeu os primeiros socorros no Ceresp e, depois de receber atendimento médico na UPA, retornou para a unidade prisional onde passa bem e se encontra em cela separada.

Entenda o caso

Priscila Cardoso foi vista pela última vez na última segunda-feira, 15, quando deixava o serviço em um posto de saúde de Santana do Paraíso, no Vale do Aço.

O desaparecimento da enfermeira foi registrado no dia seguinte. Colegas e familiares acionaram a Polícia Militar depois que ela não apareceu para trabalhar. Ao verificarem câmera de segurança próxima ao local de trabalho dela, os policiais encontraram imagem que mostrava um homem com a mão sob a camisa, aparentando estar armado, abordando a vítima.

O carro dela foi localizado na noite de terça-feira, 16, em uma oficina em Teixeira de Freitas, na Bahia. O veículo estava em processo de desmanche e um mecânico, de 36 anos, foi preso, mas negou que tivesse envolvimento no desaparecimento de Priscila. Ele descreveu o homem que teria deixado o automóvel no local.

O suspeito foi localizado nesta sexta-feira, 19, no Espírito Santo. Ao ser preso, ele confessou o crime e indicou onde teria deixado o corpo da vítima, que foi localizado neste sábado, 20.

Em nota publicada nas redes sociais, a Prefeitura de Santana do Paraíso manifestou pesar pela morte da enfermeira e diz que o município decretou luto oficial de três dias.

“A notícia da morte da nossa querida Priscila é uma dor irreparável para todos nós. A administração municipal, na pessoa do prefeito Bruno Morato, desde o início acompanhou o trabalho das autoridades policiais para que o crime fosse elucidado”, diz a nota.

Por; G1/Ba


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