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Operação Raptores: MPE confirma 21 prisões e divulga nomes dos acusados

Publicado em: 23 de novembro de 2018 Atualizado:: novembro 23, 2018

Operação Raptores, desencadeada nesta última quarta-feira (21), para combater crimes de trânsito e transporte rodoviário federal, envolvendo pessoas ligadas aos Departamentos Estaduais de Trânsito (DETRANS) dos estados de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo, cumpriu 36 mandados, sendo 15 de prisão e 21 de busca e apreensão nos três estados.

Segundo o Ministério Público do Espirito Santo (MPES), 14 pessoas foram presas no estado, inclusive o suspeito de comandar a quadrilha, Wilson Patrício, dono de uma das oficinas mecânicas onde eram feitas as alterações nos veículos. Também foram presos: Cleidiomar Costa de Oliveira, Alberto Correa da Silva Neto, Paulo da Cruz de Melo Souza, Luiz Simão de Melo Neto, Mário Jacob, Wesllane Schoenrock Jacob, Bruno Carvalho Pimentel, Rafael Carvalho Barreto, Felipe Lago Marinho, Khened Batista dos Santos, Judival Rocha de Souza, Marcelo Belmiro Lauvres, Josenilton Costa Silva e Mailzo Quaresma Pereira.

Ainda segundo o MPES quatro oficinas estão envolvidas no esquema no Espírito Santo, sendo duas em Viana, uma em Cachoeiro e outra em Linhares. “Os criminosos burlavam a legislação de trânsito colocando em risco os próprios condutores dos veículos para burlarem exigências rodoviárias. De acordo com a Policia Rodoviária Federal (PRF) já foram contabilizados mais de 1000 acidentes em 2017 e 800 em 2018 que podem ter sido causados por essas adulterações.

Entre os acidentes está o maior da história do Espírito Santo, que matou 23 pessoas na BR-101, em Guarapari. Ocorrido na madrugada do dia 22 de julho de 2017, a tragédia envolveu duas ambulâncias, uma carreta carregada de pedras e um ônibus de viagem que, na colisão, pegou fogo e ficou completamente destruído. O levantamento preliminar da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na época, já apontava que uma falha mecânica na carreta que carregava toneladas de pedras – possivelmente a quebra de algum dos eixos – teria provocado o acidente.

Segundo a investigação, os veículos tinham capacidade de carga aumentada irregularmente, levando risco às estradas federais. As alterações eram feitas desde a documentação, até equipamentos dos veículos, como freios e pneus. No ES a PRF já contabilizou 579 carretas fraudadas, 151 delas já tem a autoria da adulteração comprovada. Mário Jacob, membro do Detran da Bahia e Wilson Patrício, dono de uma das oficinas mecânicas, foram apontados pelo MPES e PRF como responsáveis pelo esquema. As defesas dos acusados ainda não falaram sobre as acusações.

Adulteração

O promotor de Justiça e coordenador do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPES, Bruno Simões, destacou que os veículos tinham a estrutura mudada em oficinas mecânicas do Espírito Santo sem a autorização de órgãos fiscalizadores e sem inspeção. Depois da adulteração, a documentação desses veículos era enviada para ser regularizada fraudulentamente nos Departamentos de Trânsito dos Estados de Minas Gerais e da Bahia por servidores que receberiam propina, porque a quadrilha não conseguia fraudar os documentos no Espírito Santo.

Conforme apurado pelo Gaeco-ES e pela PRF, veículos adulterados envolveram-se em dezenas de acidentes com mortes em vias federais, estaduais e municipais.

Essa foi a primeira fase da operação e as investigações continuam. Segundo o superintendente da PRF no Espírito Santo, Wylis Lyra, uma nova fase da operação irá investigar os donos dos veículos que pagaram para que eles fossem adulterados. Nessa nova fase da operação, o trabalho será em conjunto com o Detran-ES para identificar caminhões que passaram por modificação. “O objetivo é apreender os que já foram adulterados e impedir que novas fraudes aconteçam”, disse Lyra. (Informações: ESHoje)


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